quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

DE$EMBRO

É Natal. Tempo de confraternização, blá, blá, blá... Todo fim de ano é a mesma história: Amigo oculto, filmes com Papai Noel, ruas cobertas de vermelho e verde piscantes, e muito, mas muito consumismo. O Natal é mesmo tempo para confraternização? Ou seria melhor dizer que é tempo de capitalização?

Tradicionalmente, no Natal comemora-se o nascimento de Cristo, que veio para salvar a humanidade do pecado. Mas analise: em algum momento você pensou em Jesus quando comprou um presente? Ou quando o shopping tava lotado, e a fila do caixa era imensa, alguma vez Jesus esteve em seus pensamentos? Eu duvido muito. Você deve até ter dito: “meu Deus, que fila enorme!”, mas diretamente, você não pensou em Jesus. Na verdade, é muito pouco provável que Cristo tenha nascido em Dezembro. Em Israel, faz frio nessa época do ano. Dificilmente Maria conseguiria ter seu filho numa noite gelada dentro de uma manjedoura. Esse fato já foi confirmado inúmeras vezes tanto por cientistas, quanto pela Igreja. Porém, alega a Igreja, o Natal em Dezembro já é uma tradição, então é melhor deixar como está.

No fim, quem sai beneficiado do Natal? Você, que gastou uma nota com o amigo oculto, e ganhou um porta-retrato? Jesus, que lá do céu observa tudo, e vê que todos estão comemorando seu aniversário na data errada? Ou burgueses que tem seus cofres esburrando dinheiro de um monte de gente que se deixou levar pelo “espírito natalino”?

“Mas tradição é tradição. Pra quê mudar? Está bom assim!”. Não concordo que uma tradição que me obrigue a dar presentes seja boa. Quero dar presentes quando me der vontade, pra pessoas que eu gosto. Não pra aquele chato do escritório que eu dei o azar de pegar o nome dele num saquinho cheio de nomes. Quero demonstrar meu carinho durante todo o ano, quero confraternizar sempre, quero que as pessoas que são queridas possam se juntar com mais freqüência. E tenho certeza de que não preciso de tradição nenhuma pra isso. Só preciso de amor mesmo. E amor eu tenho de sobra.